sexta-feira, 12 de julho de 2013

Nutrição - Grávidas ingerem mais calorias do que o recomendado

As mulheres portuguesas ingerem mais calorias do que o recomendado durante a gravidez. No entanto, parecem melhorar a qualidade da sua alimentação, aumentando o consumo de lacticínios, fruta e sopa, cortando nas carnes vermelhas, fast food e bebidas alcoólicas. As conclusões são da equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) envolvida no projecto Geração XXI, um estudo epidemiológico único em Portugal que está a seguir um grupo de dez mil crianças desde o nascimento até à idade adulta.


Os cientistas seguiram uma amostra de mulheres grávidas que forneceram informação sobre a sua alimentação no período anterior e durante o processo de crescimento do feto, através do preenchimento de inquéritos e de diários alimentares.
Os resultados demonstraram que, comparativamente à alimentação praticada antes de engravidar, as portuguesas duplicaram o consumo de lacticínios e reforçaram a ingestão de fruta e sopa. Reduziram também o consumo de carnes vermelhas, fast food, bebidas alcoólicas, chá e café. No entanto, a maioria das grávidas ingeriu mais calorias do que o aconselhável tanto antes como durante a gravidez.

Ao longo da gestação, observou-se um crescimento ligeiro do consumo de proteínas e gordura saturada. Os autores registaram um aumento de consumo de vitamina A, E, B2, folato, cálcio e magnésio durante a gravidez. “Mas se não se considerar a ingestão de suplementos vitamínicos, então verifica-se uma ingestão insuficiente de vitamina E (73% das mulheres), folato (91%), magnésio (21%) e ferro (88 %)”, notam os autores.

Os investigadores relacionaram também a alimentação materna durante a gravidez com algumas características das mães, tais como a idade, escolaridade, índice de massa corporal e hábitos tabágicos, tendo concluído que as grávidas fumadoras ingerem menos fruta e vegetais do que as não-fumadoras e que as grávidas mais jovens consomem menos vegetais do que as mais velhas.

Note-se que as condições a que os bebés estão expostos durante a vida intra-uterina podem determinar o aparecimento de doenças crónicas na vida adulta. Uma dessas exposições é a alimentação materna durante a gravidez. Em Portugal, é a primeira vez que se avaliam os hábitos alimentares das grávidas e se seguem os filhos para perceber as implicações que a alimentação das mães tem na saúde das crianças.

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